Uma força-tarefa composta por mergulhadores, cientistas e técnicos ambientais iniciou, no dia 16 de maio de 2025, uma operação inédita na Baía de Todos-os-Santos, com o objetivo de erradicar o coral-sol (Tubastraea spp.), espécie exótica invasora que representa uma ameaça direta à biodiversidade marinha da região.
O foco inicial da ação está na área ao redor da Ilha de Itaparica, onde foram identificadas as maiores colônias do coral, que se instala com facilidade em costões rochosos, estruturas artificiais e embarcações, competindo com organismos nativos por espaço e recursos. Além da ocupação física, a espécie libera substâncias químicas que afetam o desenvolvimento de corais locais e de diversas formas de vida aquática.
A iniciativa é coordenada por instituições como o Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema), a Universidade Federal da Bahia (UFBA), a Marinha do Brasil, ONGs ambientais e pescadores artesanais. A operação conta com o apoio de barcos equipados com tecnologia de rastreamento e uma equipe de mergulhadores especializados na remoção manual das colônias invasoras.
Os trabalhos seguem até o dia 20 de maio, em uma ação experimental que deverá embasar estratégias mais amplas e contínuas no futuro. Técnicas como remoção com espátulas subaquáticas, sucção controlada e aplicação de biocidas em áreas específicas estão sendo testadas de forma criteriosa, com o objetivo de conter a proliferação do coral-sol sem afetar as espécies nativas.
Segundo especialistas envolvidos, a presença do coral-sol é considerada uma das maiores ameaças atuais ao ecossistema marinho brasileiro. Originário do Indo-Pacífico, ele chegou à costa do Brasil provavelmente por meio de navios, e já foi registrado em estados como Rio de Janeiro, Espírito Santo, Pernambuco e agora com forte incidência na Bahia.
Além do impacto ecológico, há também preocupações socioeconômicas. A pesca artesanal e o turismo náutico, atividades fundamentais para a economia da região da Baía de Todos-os-Santos, correm risco de prejuízos com a proliferação descontrolada da espécie invasora. “Essa operação é urgente e essencial. Não podemos permitir que o coral-sol comprometa um dos mais ricos patrimônios ambientais do nosso litoral”, afirmou um dos biólogos marinhos que atua na operação.
A expectativa é que os dados coletados nessa ação sirvam de base para novos projetos de monitoramento permanente, legislação de controle biológico e educação ambiental voltada à prevenção da introdução de espécies exóticas.
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